por Amanda Marconi

Mestre Shacon comanda o Quiloa num arrastão pelo centro historico

 Nada de cristais, arruda ou trevo de quatro folhas. A noite da última sexta-feira 13 foi de muita sorte para o Quiloa. O grupo realizou um arrastão pelas ruas do Centro Histórico de Santos, sob o comando do Mestre da Nação Porto Rico, Shacon Viana (que está em terras santistas desde o dia 11 de agosto).

         Durante o cortejo estiveram presentes cerca de 35 batuqueiros, incluindo a Mestra da Nação Encanto do Pina, Joana D’arc, e os integrantes de Porto Rico: Luiz Gomes da Silva, mais conhecido como Água, além de Rumening e Edileuza Nunes, a Dama de Passo do Maracatu Porto Rico.

Uma sexta feira 13 de muita sorte para nós

 O esquenta dos instrumentos, que aconteceu na tradicional esquina das Ruas General Câmara e Itororó, teve início com o coro cantando: “Princesa Dona Inês, para onde vai, para onde tu vai? Eu vou para Luanda, vou buscar saramandá”. A loa, de domínio público, foi puxada pelo Mestre de Porto Rico, com novos arranjos. A partir daí, o baque tomou força e partiu para a Praça Mauá, passando pelas ruas Dom Pedro, XV de Novembro, do Comércio e retornando para o ponto de partida, pela General Câmara.  

          Para Shacon, que realiza todo ano um intercâmbio cultural com os componentes do Quiloa, é bastante notável a evolução do conjunto. “Percebo que o grupo vem crescendo, não só pelo número de componentes, como pela qualidade técnica. Vejo que o Quiloa consegue representar com fidelidade o baque da Nação Porto Rico e isso me deixa muito feliz”, afirma ele.

QUILOA AXÉ

          Já para Água, batuqueiro e fundador do Grupo Cultural Baque das Ondas, a noite de sexta-feira, mesmo sendo vista como um símbolo de azar, trouxe bastante sorte para todos os amigos do Quiloa. “Tanto o mês de agosto, como a data de hoje são consideradas fortes, por diversos motivos religiosos, mas tocar nesta sexta-feira 13 só trouxe paz para todos nós”.

O bate papo inicial deu aos novos alunos uma visão geral do maracatu

Aprendizes de variadas idades participaram na noite de ontem (9 de agosto), da aula inaugural da Oficina de Percussão e História do Maracatu de Baque Virado, que ocorreu na sede do grupo Quiloa, situada na Rua General Câmara, 99 – Centro.  Estiveram presentes cerca de 30 pessoas, entre monitores, ex-alunos da Oficina Cultural Pagu e demais interessados, das mais diversas áreas.

A ocasião foi marcada por um bate-papo com a turma, que possibilitou a integração entre os participantes, assim como a transmissão de noções básicas do maracatu.

Após a introdução, os alunos partiram para a parte prática, na qual puderam dar os primeiros passos em seus respectivos instrumentos, além de cantarem tradicionais loas (canções) desta manifestação cultural.

Da teoria para a prática

Entusiasmado, o público presente, com faixa etária entre 8 e 59 anos, acompanhou atento as explicações do coordenador Felipe Romano. Uma prova de que a distância não impossibilita a vontade de aprender é da aluna Noemi Marcia Dias do Vale, de 59 anos, moradora da Capital. Professora de teclado e português, ela tomou conhecimento do grupo por meio de sua filha e também teve a chance de assistir ao cortejo do Quiloa durante a Virada Cultural 2010. “Achei ótima a aula, vale a pena vir de São Paulo para fazer o curso”, afirma Noemi.

A participante Ana Paula de Freitas, de 33 anos, também aprovou a aula inaugural. Bastante familiarizada com a alfaia (instrumento que já tocava durante a Oficina Cultural Pagu, no primeiro semestre deste ano), ela afirma que pretende continuar o processo de aprendizagem. “Sempre gostei da cultura pernambucana, e agora quero me aperfeiçoar, experimentar outros instrumentos e futuramente fazer parte do Quiloa”. As inscrições podem ser feitas pelo e-mail quiloamaracatu@gmail.com ou pelos telefones (13) 8133-3560 e 8117-0996. O valor mensal do curso é de R$ 60,00.