Por Amanda Marconi

O Teatro Guarany, que serviu de palco para os primeiros discursos abolicionistas, no século XIX, continua ‘vivo’ em sua saga histórica. O local voltou a receber um grande ‘discurso’ nesta última sexta-feira, dia 19. Apesar de ser ‘cantado’, ‘em forma de loas e saudações’, o discurso tinha algo de semelhante ao do século retrasado: exaltar e defender nossa cultura e nossas origens. Se o abolicionista José do Patrocínio ocupou o Guarany para militar contra a escravatura, Mestre Shacon também cantou o seu “13 de Maio” no palco do Teatro.

Dois momentos, historicamente distintos, mas igualmente fortes e, para muitos, emocionante. Assim foi o Encontro de Maracatu, que conseguiu unir o Quiloa; Nação Porto Rico e seu Mestre Shacon; Nação Encanto do Pina com Mãe Maria de Quixaba e sua Mestra Joana, além de convidados, amigos, grupos e o público, que vibrou em pé com o que presenciava.

Ali no palco, Santos, São Paulo, Recife e Pernambuco tinham um único sotaque brasileiro. Uma noite singular, em um local que fez a ponte entre dois quilombos, de tempos diferentes e valores semelhantes.